domingo, 13 de setembro de 2009

Confecção de Berimbau

Confecção de Berimbau

Materiais Utilizados:
• 1 Biriba crua, Pau Pereiro ou Candeias (verga)
• 1 Cabaça (a seu critério)
• 1 Bambu com 40 cm de comprimento (baqueta)
• 1,80m de Arame (pneu de carro)
• 1 Xexo (pedra ou dobrão)
• 70 cm de Rami
• 1 pedaço de couro de sapato (diâmetro: o mesmo que uma tampa de garrafa)
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Ferramentas utilizadas:
• Martelo
• Alicate
• Serrote
• Estilete
• Prego
• Lixa 100
• Serra pequena (do tamanho de uma faca de cozinha)
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Primeiro passo:Descascar a verga com um estilete, ou se preferir, use uma lixadeira.

Segundo passo:Fazer o “pezinho” para encaixar o arame.

Terceiro passo:Colocar o couro de sapato na parte superior do berimbau, pregando-o com um prego de 2,50 cm.

Quarto passo:Tirar o arame do pneu e cortá-lo no tamanho de 1,70m. Depois, fazer o laço nas duas extremidades do arame. Por fim, amarre o Rami no laço menor do arame.

Quinto passo:Para dar o acabamento final, lixe a verga com lixa 100 e envernize.

Sexto passo:A escolha do tipo da cabaça (Gunga, Médio ou Viola), ficará a seu critério. Escolhida a cabaça, abra-a com uma serra “tico-tico” ou semelhante. O diâmetro do corte também fica ao seu critério. Importante: sempre faça um corte de diâmetro pequeno, assim você não corre o risco de fazer um corte muito grande e estragar a cabaça.

Sétimo passo:A distância entre os furos na parte superior da cabaça é medida com o polegar.

Oitavo passo:Coloque o Rami em um furo, começando de fora para dentro; retorne a ponta de dentro para fora e dê um nó cego nas duas pontas.
Nono passo:Dê o acabamento com um verniz ao seu gosto.

confecção de caxixi

Confecção de Caxixi

Materiais Utilizados:
Junco ou cipó
1 cabaça
Sementes (Olho-de-cabra, Lágrima de Nossa Senhora ou Pau-brasil)
Verniz para o acabamento
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Ferramentas utilizadas:
Chave de fenda fina para furar a cabaça
Serra pequena (do tamanho de uma faca de cozinha)
Tesoura
Trincha
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Primeiro passo:
Corte a cabaça no diâmetro que quiser (normalmente, o diâmetro é igual ao fundo de uma garrafa de cerveja)

Segundo passo:
Fure a cabaça com furos ímpares (na quantidade de 7, 9, 11 ou 13)

Terceiro passo:
Corte o junco para fazer o esqueleto (no caso de 9 furos, use 5 pedaços com dois palmos de comprimento)

Quarto passo:
Transpasse cada pedaço de forma que, o mesmo pedaço ocupe dois furos.

Quinto passo:
Encostando o junco na parte da cabaça, trance-o de forma que o junco passe uma vez por cima e outra por baixo, simultaneamente, até que chegue ao tamanho desejado.

Sexto passo:
Antes de fazer a alça, fechando o caxixi, coloque a quantidade desejada de sementes.

Sétimo passo:
Faça o acabamento da alça, enrolando um pedaço de junco à parte, até que cubra toda a alça. Envernize de acordo com o seu gosto.

sábado, 5 de setembro de 2009

FUNDAMENTOS DA CAPOEIRA

FUNDAMENTOS DA CAPOEIRA




Os fundamentos da capoeira ou, como usam, incorretamente, alguns descuidados da nossa língua, suas "fundamentações", vêm sendo discutidos com certa freqüência a partir do uso infeliz desta palavra pelo Mestre Noronha, que se disse conhecedor único dos seus mesmos, sem os enunciar nos seus obscuros "escritos"...Em trabalho algum encontrei, nem ouvi, conceito, nem definição, do emprego deste vocábulo pelos autores, o que vem aumentando a confusão entre os mestres e capoeiristas dum modo geral. É que nos meios populares baianos, especialmente nos terreiros de candomblé e nas rodas boêmias, o termo adquire uma conotação bem diversa daquela encontrada nos clássicos e dicionários de nossa língua. Uma vez que nestes grupamentos sociais, esta palavra é usado em referência à parte mais secreta e profunda do culto ou prática, somente acessível as camadas mais elevadas da comunidade, adquirindo então um atributo de secreto, sagrado, inacessível aos não-iniciados, ensinamento esotérico, hermético, misterioso, mágico
"Hoje vejo reduzido, os capoeirista, perderam suasforças de vontade, não procuram o fundamento,só querem aprender a própria violência.
O trecho acima, manuscrito pelo Mestre Pastinha, ilustra o emprego do termo "fundamento" pelos antigos capoeiristas no sentido de essência de conhecimentos sobre a capoeira, seus princípios morais, seu ritual, sua prática e seus efeitos sobre o comportamento de cada capoeirista, a razão de ser do seu ritual e do comportamento do jogador, bem como a sua origem, a influência relativa de cada um dos seus componentes, sua música, seu ritmo, seus cânticos, etc.
Concordando com Esdras "Damião" na estranheza do uso de “Fundamento” e “Fundamentação” no linguajar dos capoeiristas antigos e modernos ( dialeto capoeirano? ) “vivo procurando porque tanto ênfase neste conceito.”
Do longo convívio nos meios de capoeira, nos centros de candomblé e durante a prática médica nas classes menos favorecidas pela Deusa da Fortuna, posso extrair vários sentidos encontrados.Inicialmente impõe-se o sentido de conhecimento teórico ou prático sobre assuntos de qualquer natureza, independente de estudos formais.Quando se fala em idéia ou comportamento sem fundamento indica-se a falta de razão subjacente ou de base para tal.
Há uma nuança de mistério, de sacralização, quando empregada em referência a conhecimento reservado a certos grupos sociais como dos feitos do candomblé.
Como no caso dos antigos mestres que se proclamavam detentores dos fundamentos da capoeira... somente eles o possuíam...
Ser conhecedor dos fundamentos da cultura ou de qualquer outro ramo de atividade humana, social, científica ou artística é altamente valorizado nestes ambientes culturais baianos; motivo de orgulho e jactância, algo muito especial e envaidecedor de dar orgulho...
É com admiração que se diz: "Fulano conhece muito bem os fundamento de samba!", enquanto outros estufam o peito e se gabam de serem os únicos conhecedores disto ou daquilo... especialmente entre os menos favorecidos de inteligência, cultura e sobretudo, modéstia... apesar de bem providos de auto-estima e vaidade.
É freqüente e natural, o intitulado "de conhecedor dos fundamentos" desdenhosamente se recusar a transmitir aos não-iniciados aqueles mistérios sagrados, dotados de poder mágico.
A atrapalhação provocada pelo emprego descuidado desta palavra por alguns estudiosos pouco habituados ao linguajar popular baiano, especialmente do seu uso nas rodas boêmias e nos terreiros de candomblé, aumentou pelo aparecimento de divagações literárias em torno de assunto, cuja definição e conceito os autores sequer conheciam, sem se aperceberem da leviandade, nem da gravidade da falha da científica cometida... palavras bem entoadas, frases bem torneadas, porém vazias... diríamos "sem fundamento" num barzinho da rua do Julião! Os dialetos da capoeira em si estão desaparecendo ou no geral mal empregados!
A propósito de "FUNDAMENTO" o "Novo Dicionário Aurélio"arrola os seguintes significados:
Base, alicerce.
Razões ou argumentos em que se funda uma tese, concepção, ponto de vista, etc.; base, apoio.
Razão, justificativa, motivo.
Aquilo sobre o que se apóia quer um dado domínio do ser (e então o fundamento é garantia ou razão do ser), quer uma ordem ou conjunto de conhecimentos (e então o fundamento é o conjunto de proposições ou de idéias mais gerais ou mais simples de onde esses conhecimentos se deduzem).
Do acima transcrito entendo que devemos a aceitar por definição como "fundamentos da capoeira" a sua razão de ser e as justificativas de sua maneira de ser, isto é os elementos que a identificam como "SER" em nosso mundo conceptual.A primeira indagação que surge em nossa mente ao analisar o assunto é:
                                                 
                                          
   QUE É O JOGO DE CAPOEIRA?

A resposta técnica é: "A capoeira baiana é um processo dinâmico, coreográfico, desenvolvido por 2 (dois) parceiros, caracterizado pela associação de movimentos rituais, executados em sintonia com ritmo ( Ijexá, ) regido pelo toque do berimbau, simulando intenções de ataque, defesa e esquiva, ao tempo em que exibe habilidade, força e autoconfiança, em colaboração com o parceiro do jogo, pretendendo cada qual demonstrar habilidade superior à do companheiro.O complexo coreográfico se desenvolve a partir dum movimento básico denominado de (gingado), do qual surgem os demais num desenrolar aparentemente espontâneo e natural, porém com um objetivo direcionado a obrigar o seu parceiro a admitir a própria inferioridade.
Dentre as características mais importantes da capoeira destacamos a liberdade de criação, a estrita obediência aos rituais, a preservação das tradições, o culto dos antepassados e o respeito aos mais velhos como repositório da sabedoria comunitária."
Ou poeticamente:
"A capoeira é uma luta...ensinada e praticada como dança!
... pode ser usada como defesa...e como ataque...numa hora de "percisão"!nas palavras dos MestresBimba e Pastinha!
A capoeira é uma arte...a arte de bem viver...DISPUTADA COMO LUTA..."mata até sem querer!"... dizia Mestre Bimba..."e o bom da vida é não morrer!"... completava Mestre Pastinha!
                                            
                                        
                              

OS FUNDAMENTOS DA CAPOEIRA


A prática da capoeira se desenvolve obedecendo aos seguintes parâmetros:
Movimentos rituais ritmo-dependentes
Ritmo ijexá regido pelo berimbau
Disciplina e respeito à tradição, aos mais velhos e aos companheiros
Parceria
Movimentos em esquiva, circulares e descendentes
Dissimulação de intenção
Alerta, calma, relaxamento e autoconfiança permanentes
Estado de consciência modificado (transe capoeirano), que analisaremos a seguir.


MOVIMENTOS RITUAIS RITMO-DEPENDENTES
O conjunto dos movimentos dos participantes para ser reconhecido como jogo de capoeira deve ser ajustado ao ritmo, melodia do toque da orquestra e obedecer às regras tradicionais de cada estilo, especialmente àquelas que garantem a segurança da sua prática, e a não-violência. A capoeira baiana é, por definição e princípio, uma luta dissimulada sob forma de dança ou uma dança guerreira, ou ainda como declarou José Roberto"Pingo" (18 anos), aluno e filho pela capoeira de Mestre Canelão.
"A capoeira não é violência, é um esporte, uma brincadeira sadia... a luta fica escondida."
Além do enquadramento dos movimentos ao ritmo e à melodia, é indispensável a estrita adesão ao seu ritual, isto é, às regras tradicionais que regem sua prática e garantem a segurança dos participantes. Um acordo de cavaleiros, um código de honra, transmitido pela tradição oral entre as gerações, desde suas origens, como disse o Venerável Mestre Pastinha:
1.4.21 - ..."aprender municiosamente ás regras da capoeira"..."... Todos aqueles que queira se dedicar a esse esporte, que como capoeirista; quer como juiz? Deve procurar minuciosamente ás regras da capoeira de angola"; para que possa falar ou decidir com autoridade.
Infelizmente grande parte de nossos capoeiristas tem conhecimento muito incompleto das regras da capoeira, pois é o controle do jogo que protege aqueles que o praticam para que não descambe excesso do vale tudo,"...
Assim o Venerável Mestre Pastinha sabiamente reitera...... é indispensável o código honra...... a ser obedecido pelos capoeiristas, pois ..... "é o controle do jogo"...... pelo juiz... pelas regras... regulamentos...... e pelo ritmo da orquestra...... "que evita a violência e os acidentes"...... vale a repetição!
                                                                

                   
  RITMO IJEXÁ

Por ser uma manifestação coreográfica do ritmo africano Ijexá, o enquadramento dos movimentos da capoeira ao mesmo é fundamental à sua prática, conservando a continuidade da sua dinâmica, sem que se quebre a seqüência dos mesmos.O andamento do toque Ijexá leva uma estado transicional de consciência calmo, pacifico, prazeroso, possibilitando um jogo sem violência e bem cadenciado, permitindo aos parceiros estudo, análise, reflexão e criação de gestos rituais capazes de enriquecer o cabedal de reflexos de defesa, de esquiva e contra-ataques, que compõem o perfil do comportamento do verdadeiro capoeirista.
A aceleração excessiva do andamento provoca um estado de excitação incompatível com a calma indispensável à prática da capoeira, além de impossibilitar o gingado, transformando uma atividade lúdica em agressiva e potencialmente lesiva ou letal.A observação dos movimentos rituais gerados pelos diferentes toques de atabaques, especialmente entre o Ijexá dum lado e aqueles de Alujá e Adarrum, esclarecerá nitidamente a importância da cadência do toque da orquestra no desempenho dos parceiros do jogo de capoeira, do seu comportamento e estado mental.


    DISCIPLINA E RESPEITO À TRADIÇÃO,AOS MAIS VELHOS E AOS COMPANHEIROS


Nas sociedades de cultura oral, como as africanas, o liame entre as gerações é indispensável à sobrevivência do grupamento e dos indivíduos, valorizando os mais velhos como depositários confiáveis da sabedoria e da experiência, imprescindíveis à educação dos mais jovens e menos experientes.Manifestação cultural pela sua própria natureza, a capoeira depende da aproximação das gerações, o que integra a sociedade transformando-a num monólito, capaz de resistir às influências externas e perdurar no tempo.A postura de respeito aos mais velhos certamente conduz àquela de respeito, estima e consideração aos companheiros de geração, os seus parceiros, unindo o grupo social, transformando-o numa família, num clã, num agrupamento tribal, numa unidade fundamental indissolúvel à qual todos se orgulham de pertencer, como todos fazemos com nossa roda de capoeira.
                          
      

     PARCERIA


Do respeito às tradições e aos mais velhos facilmente alcançamos a noção de parceria, indispensável ao aprendizado, ao ensino e à prática da capoeira.A capoeira, atividade fundamentalmente guerreira, intrinsecamente belicosa, potencialmente lesiva e mortal, não pode ser praticada sem confiança recíproca, sem um compromisso de não-agressividade, de não-violência, de respeito mútuo, como são as suas tradicionais regras do jogo, o seu ritual.
A este elo de camaradagem e respeito mútuo chamamos de "parceria", sem ele, morreriam todos os alunos no início do aprendizado ou desistiriam, tal a gravidade das suas lesões!Sem a parceria, cada "volta do mundo" seria uma batalha, com morte do vencido e sem vencedor.A Capoeira seria então o próprio Apocalipse e cada Mestre o seu Cavaleiro!


MOVIMENTOS EM ESQUIVA,DESCENDÊNCIA E CIRCULARIDADE


Dizem os orientais que a esfera é a forma da perfeição e o círculo sua expressão mais autêntica. Na dança ritual do candomblé os movimentos são circulares, manifestando em cada segmento e no conjunto o acoplamento ao toque (ritmo e andamento) de cada orixá.Os movimentos circulares são os únicos que propiciam a esquiva, o escape da linha direta do ataque sem o afastamento para traz, que dificultaria ou impossibilitaria o contra-ataque.
Na capoeira, os movimentos, principalmente os deslocamentos, devem ser circulares ou melhor esféricos, girando em torno do centro de gravidade do parceiro, escapando ao seu ataque e contornando o seu flanco à procura dum ponto fraco ou abertura na guarda.As esquivas descendentes, geram movimentos melhor apoiados no solo, portanto mais seguros, permitindo também a procura dos pontos mais baixos do corpo, habitualmente os mais vulneráveis, do por assim dizer adversário.Com a vantagem de que o jogador pode usar nesta postura os quatro membros e a cabeça como pontos de apoio no solo, além de dispor de maior amplitude de deslocamento, que pode aumentar a velocidade e força viva dos ataques e contra-ataques.Sem falar que a rasteira, tão usada no jogo de capoeira é mais facilmente executada em posição mais agachada.A atitude de esquiva é fundamental na capoeira, protegendo o praticante dos ataques, enquanto permite aproveitar a quebra da guarda, que sempre ocorre durante o movimento de ataque, para um contra-ataque oportuno.


                                                     DISSIMULAÇÃO DE INTENÇÃO

Decorrência da definição e conceito da capoeira baiana como uma dissimulação de luta sob forma de dança, adquire a simulação de intenção e a dissimulação de propósito ou de objetivos, um papel preponderante nesta vadiação dos mestiços do recôncavo baiano.Joga melhor o mais inteligente, o mais manhoso, o mais malicioso, o mais enganador; o que conseguir convencer o companheiro de algo que jamais fará e se aproveitar do gesto em falso do parceiro para desferir o seu golpe verdadeiro.
É preciso "pegar" o parceiro desprevenido, depois de atraí-lo para o laço, para a armadilha em que o mesmo se enredará sem violência e sem maior esforço de parte do atacante.
O floreio, (Efeito de Dissimulação) especialmente aqueles executados com os membros superiores, por não afetarem a postura e equilíbrio, nem exigir deslocamento espacial, é o instrumento mais adequado para simulação de ataques e/ou dissimulação de intenção ou objetivo. O floreio mais eficiente é aquele que traz no seu bojo potencial de ataque a ser desencadeado instantaneamente no momento propício.



ALERTA, CALMA, RELAXAMENTO E AUTOCONFIANÇA PERMANENTES

O capoeirista necessita manter contínua sintonia com a mente do parceiro para detectar suas reais intenções e assim poder antecipar-se aos seus gestos e movimentos, seja de floreio, seja de ataque ou de esquiva.
Desta postura mental brota naturalmente o permanente acoplamento do indivíduo ao ambiente vizinha. Uma eterna vigilância. Um nexo inconsciente entre o indivíduo e o meio, que empresta ao capoeirista um ajustamento instantâneo às variáveis exteriores, sejam físicas ou espirituais, que o conduz à premunição dos perigos e às reações, defensivas ou de esquiva, adequadas.Muitas vezes o contra-ataque surge, surpreendente como relâmpago em dia de sol, como bote de jararaca aparentemente adormecida.
Na minha opinião, esta é a razão maior da influência comportamental nos deficientes, da melhoria do rendimento intelectual concomitante e das suas condições psicológicas.Somente a calma absoluta permite o relaxamento indispensável ao desencadeamento dos reflexos de defesa, ataque e contra-ataque com tempo mínimo de latência.Apenas em perfeita tranqüilidade conseguimos manter o estado de alerta em relaxamento, capaz de liberar todas as vias neuroniais, aferentes e referentes, para o trânsito dos estímulos periféricos e reações motoras reflexas, inconscientes e instantâneas, de esquiva, defesa, ataque e contra-ataque características do capoeirista durante o jogo ou em momento de perigo.
Podemos assim valorizar a advertência do Venerável Mestre Pastinha ao declamar:"Quanto mais calmo o capoeirista... melhor para o capoeirista..."
Com o passar do tempo, a repetição interminável de situações de perigo aparente ou real. O eterno suceder de imprevistos que desencadeiam reações instantâneas, algumas surpreendentes, porém sempre adequadas, gera uma atitude inconsciente de autoconfiança. A qual facilita mais ainda o desenvolvimento deste processo de preservação da integridade do SER, a jóia mais preciosa que a capoeira pode oferecer ao seu aficionado.
É a tranqüilidade dos fortes" ou, como prefere Esdras "Damião", "a calma é a virtude dos fortes!




ESTADO DE CONSCIÊNCIA MODIFICADO(TRANSE CAPOEIRANO)


Sob a influência do campo energético desenvolvido pelo ritmo-melodia ijexá e pelo ritual da capoeira, o seu praticante alcança um estado modificado de consciência em que o SER se comporta como parte integrante do conjunto harmonioso em se encontra inserido naquele momento.
O capoeirista deixando de perceber a si mesmo como individualidade consciente, fusionando-se ao ambiente em que se desenvolve o jogo de capoeira. Passando a agir como parte integrante do quadro ambiental em desenvolvimento. Procedendo como se conhecesse ou apercebesse simultaneamente passado, presente e futuro (tudo que ocorreu, ocorre e ocorrerá a seguir) e se ajustando natural, insensível e instantaneamente ao processo atual.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Evento>>>>>>

RODA DE MÊS ....

sábado, 15 de agosto de 2009

RODA DE MÊS DE AGOSTO 2009













Minha capoeira

Se há prazer em descobrir os movimentos do nosso corpo, porque não fazê-lo conhecendo a nossa cultura? A capoeira pode ser um veículo do conhecimento de si mesmo, uma exteriorização de expressão não verbal, através de uma consciência própria de quem a pratica.

A capoeira quer tratemos como jogo, quer tratemos como luta, é essencialmente brasileira. Ao contrário de outras lutas e jogos “importados”, ela está mais de acordo com o nosso espírito, com a nossa maneira de ser. É imprescindível que os educadores defendam a utilização de elementos extraídos do nosso folclore, como fatores determinantes da formação do espírito de brasilidade.

Sob esse aspecto, a capoeira pode contribuir muito na formação psicomotora e cultural do ser humano, principalmente as crianças brasileiras.

Devido aos seus movimentos de grande agilidade, flexibilidade, destreza, etc., devido ao respeito e camaradagem que é imposta durante um jogo, e devido à necessidade de criatividade durante toda a sua atividade, a capoeira desenvolve a forma integrada os domínios de aprendizagem do ser humano psicomotor, afetivo, cognitivo.

Todos podem beneficiar-se com a capoeira, seja qual for a sua personalidade. Os violentos e impulsivos, conseguem exteriorizar-se e dominar-se: os angustiados e os indecisos, estimulam-se e adquirem confiança: os aprazíveis e os tranqüilos, conseguem satisfação a beleza dos movimentos e das atitudes, sem abrigar qualquer espírito de competição.

Devemos salientar ainda, a contribuição que a capoeira pode dar ao processo de alfabetização das crianças, através da música. Os instrumentos musicais são de fácil confecção, podendo ser feito pelos próprios alunos, orientados pelos professores ou mestres. Ler cantando, cantar no ritmo, a leitura e a escrita é um jogo como a própria capoeira.

A intenção deste trabalho é despertar a atenção, para o problema da capoeira e que despidos de preconceitos inúteis, possamos ver e sentir os benefícios e a identidade cultural que seu emprego entre a comunidade pode proporcionar as crianças e os adultos.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A ORIGEM DA CAPOEIRA :

É de suma importância tentarmos responder a uma pergunta quase sempre formulada, sobre a origem da capoeira como brasileira ou africana. Examinado o problema do tráfico de escravos africanos para o Brasil, é bastante difícil se afirmar com precisão a chegado dos escravos e sobre a suas procedências, em virtude da escassez de documentos. As raças foram varias, entre elas encontramos quantidades de Gêges, Nagôs e Haussás, que se confundem com os bantus, estes em número mais considerado, no porto de origem e aqui chegavam como tal. Os negros bantus procedentes em sua maior parte de Angola, do Congo, de Benguela, de Cambinda, de Mossamedes. Não existia um plano a seguir para a distribuição dos negros escravos, destinados a lavoura, aos encargos domésticos dos senhores brancos e ao trabalho nas minas. Recife, Salvador e Rio de Janeiro foram os três maiores centros de importação da mercadoria negra. Através de poucos documentos conhecidos é possível saber que a maior quantidade de escravos era escoado de Luanda e Benguela. Ao lado disto, os capoeirista sempre falam em capoeira Angola, principalmente quando querem distingui-la da capoeira Regional, que será considerada posteriormente. Logicamente, isto seria uma premissa para se dizer que a capoeira teria vindo de Angola, trazida pêlos escravos de lá, mesmo sabendo-se concretamente da existência de tal foguedo pôr aquelas bandas, isso ainda não era suficiente. É documento conhecido pôr todos, que alguns africanos uma vez livres retornaram a suas pátrias levando muita coisa do Brasil., coisas não só inventadas pôr eles aqui mas também assimiladas no convívio com índios e portugueses. A capoeira teve sua origem na chamada dança das marradas ou dança das Zebras até hoje em Angola, segundos alguns historiadores. Como dança não possuía nada de luta, ofensiva e defensiva. Apenas festividade, ludicidade e folguedo era o significado do cerimonial ritualizado no qual se inscrevia. A segunda informação sobre a palavra capoeira, tem como base a espécie de cesto em que se colocam galinhas, denominado capoeira. Enquanto os escravos, que transportavam as capoeiras de galinhas esperavam abrir o mercado, divertiam-se com brincadeiras e destreza. A outra informação vem diretamente ligada ao próprio escravo. O escravo era exercitado numa espécie de dança a qual usava movimentos atléticos simulando golpes de uma luta. Durante a noite os escravos mais exercitados conseguiam se refugiar e se escondiam nas matas virgens mais próximas das senzalas. Ao amanhecer, os capitões-do-mato saíam em busca dos escravos fugidos e eram surpreendidos pelos escravo rebeldes que saíam para a capoeira, mata que sucede à mata virgem que foi roçada, onde se travavam lutas e combates corpo-a-corpo nas quais os brancos captores se viam indefesos perante aquela nova forma de luta.
VOCÁBULO CAPOEIRA
O vocábulo capoeira foi apresentado e registrado pela primeira vez em 1712 e a seguir em 1813 em obras de Rafael Bluteau e Moraes respectivamente. Após isto caiu no terreno da polêmica e investigações etimológicas. A primeira proposição que se tem notícia é de 1865 , na primeira edição de "Iracema", de José de Alencar e repetida em 1870 em "O Gaúcho", também do mesmo autor. José de Alencar propôs para o vocábulo Capoeira o tupi Caa-apuam-era traduzido pôr ilha de mato já cortado. A partir daí surgiram novas polêmicas entre diversos autores e etimológicos. As formas ortográficas foram variadíssimas até que se chegasse finalmente a ortografia atual do vocábulo CAPOEIRA. E paralelamente a estas discussões quanto a ortográfica e origem surgiram os mais variados significados quanto a palavra. Desses significados, três foram escolhidos pôr serem ainda os mais discutidos e que serão apresentados a seguir. Existe no Brasil uma ave chamada Capoeira ( Opontoohorus Capueira, Soix ) que além de ser encontrada no Paraguai se acha pôr quase todo o Brasil. Também chamada Uru, trata-se de uma pequena perdiz de vôo rasteiro, de pés curtos, corpo cheio, listrado de amarelo escuro, cauda curta, vive no chão, habita-se em todas as matas e anda sempre em bando, tem canto singular que parece mais um assobio trêmulo do que um canto modulado. Além de ser uma ave que caça bastante é também muito procurada pôr ser uma ave que se domesticava facilmente. Relativo a esta pequena ave, existe duas ligações com a palavra capoeira e sua origem. Macedo Soares informa que o canto da capoeira era utilizado através do assobio, pêlos caçadores no mato como chama, e os moleques ou pastores que vigiavam gado, para chamarem uns aos outros e também ao gado. Dessa forma o moleque que assim procedia era chamado capoeira. Antenor Nascente ao explicar como jogo de capoeira está relacionada à ave, nos informa que o macho é muito ciumento e pôr isso trava lutas tremendas com o rival que tenta entrar em seus domínios. Partindo daí, Nascente explica que "naturalmente os pássaros de destreza desta luta, as negações, foram comparadas com os destes homens, que sua luta sumulada para divertimento, lançavam mão apenas da agilidade. No Brasil, os escravos indefesos e oprimidos pelas armas e chibatas dos senhores de engenho se entregavam ardorosamente aos cultos religiosos e danças litúrgicas exaltando o sentido de liberdade. O ritmo bárbaro dos instrumentos da percussão, aliados aos seus cânticos acres e misteriosos, exacerba-lhes as gesticulações, exagerava-lhes os saltos, exercitava-os na ginga do corpo, dotando-os de extraordinárias mobilidade, excepcional destreza e surpreendente velocidade de movimentos numa dança estranha, até então dança das Zebras. E, no laboratório da natureza, os simples gestos se transformam em movimentos de ataque e defesa diante dos olhos de seus opressores, que apenas observam, pois dança de escravo não merecia maior atenção. Enquanto dançavam, os escravos se adestravam na arte da simulada luta utilizando-se somente das armas que o próprio corpo podia lhes oferecer : pernas, braços e cabeça. A capoeira nascia, como forma de liberdade e dignidade de um povo.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

RODA DE MÊS DA AMIZADE

RODAS REALIZADAS DESDE DE MAIO DE 2008 , NO INTUITO DE INTEGRAR E UNIR OS CAPOERISTAS DE SÃO GONÇALO E DEMAIS MUNICÍPIOS DO RIO DE JANEIRO . AS RODAS TEM ACONTECIDO TODAS AS PRIMEIRAS SEGUNDA- FEIRA DE CADA MÊS , NA QUADRA DO PIU-POINT ,RUA ITAOCARA- 66 . EM FRETE A FACULDADE UNIVERSO EM SÃO GONÇALO ..PARTICIPAÇÃO DE VARIOS MESTRES , PROFESSORES , INSTRUTORES E GRADUADOS DE VÁRIOS GRUPOS ..ASSIM COMO ALUNOS E CRIANÇAS DE TODAS AS IDADES .. INICÍO DA RODA SEMPRE ÀS 18:00H -RODA INFANTIL ATÉ ÀS 19;00 E APARTIR DAS 19:00H RODA PARA ADULTOS ...VENHA PARTICIPAR !AXÉ A TODOS

EVENTO 2013 CICN´GOLO BRASIL MESTRANDA KODAK

ANIVERSÁRIO DE 3 ANOS CICN´GOLO BRASIL

Aniversário CICNGBRASIL 2 ANOS

CENTRO INTEGRADO DE CAPOEIRA N´GOLO BRASIL

O Centro Integrado de Capoeira N´Golo Brasil , foi fundada no dia 03 de Agosto de 2010 pela Contramestra Kodak , e apesar de ser um grupo novo, é um grupo que através de sua qualidade vem crescendo muito rapidamente. O grupo tem sua sede na cidade de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, com o principal local de treino localizado na Rua Itaocara 56, Quadra do Piu POint em frente a Universo de São Gonçalo .As cordas (graduações) são compostos pelas cores da bandeira do Brasil, o nome "N´Golo " em homenagem a danças da zebras, um luta africana oriunda de angola e o símbolo foi uma criaçao da própria Contramestra kodak.







História do nome "Centro Integrado de Capoeira N´Golo Brasil":







A Origem .







Quando pensei em emancipar da da minha ex associação , pensei em varias coisas ,mas a primeira foi em ser integra e com isso, pensando em tudo que vivi e pesquisei na capoeira não queria copiar nada , mas ser capoeira em primeiro lugar e me veio a palavra N´Golo na cabeça.



N´Golo : Na África está luta... traduzida como “Dança as Zebras”. Luta que só era praticada por guerreiros , que tinha previlégio junto as lideres das tribos e sempre preferidos pelas mulheres na hora de casarem por ser os mais fortes e sadios. Ao serem trazidos os negros angolanos passaram a usar está luta não mais pra ser divertirem ,mas para se defender das atrocidades do homem branco.



Mas como já existem alguns grupos com esse nome , sejam angola ou regional decidi, colocar a palavra integrado , para ser mas completa , integral, completo ,inteiro,integralizar, fazer parte de um todo, tornar inteiro. Então com essa palavra fiquei mas segura do que realmente quero com minha capoeira, que é fazer com que ela seja uma só o mas contemporânea possível,não importando angola ou regional. E Depois veio a palavra centro que já diz por si só, ponto eqüidistante de todos os pontos, em torno, terreiro, posição política eqüidistante da direita ou esquerda.



Não queremos ser de nenhum lado e sim o centro de tudo na Capoeira.



Capoeira: por que somos capoeiristas .



E a palavra Brasil.....vem em homenagem a nosso País e sua Bandeira , por isso sua bandeira dentro do nosso escudo para a homenagem ser completa .



Enfim o nome : Centro integrado de capoeira N´GOLO BRASIL .







O objetivo do grupo é dar ênfase a filosofia de que a capoeira é uma unidade, obedecendo os fundamentos, as tradições e disciplinas nela contida. E deixar em aberto o caminho da criatividade, evolução e crescimento do capoeirista nas diversas áreas onde o Centro Integrado de Capoeira N´Golo Brasil.







Centro integrado de Capoeira N´Golo Brasil oferece, como a dança, a luta, o teatro, percussão instrumental, recreação e outros. Acima de tudo o respeito mútuo, afim de preservar a integridade física e moral de nossos adeptos.



CENTRO INTEGRADO DE CAPOEIRA N´GOLO BRASIL

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PROJETO MAIS EDUCAÇÃO E.M.ROTARY

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E.M.PROFª MARLUCY SALLES DE ALMEIDA / E.M ANTONIO CARLOS JOBIM